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Transfusões de Sangue e Cirurgias de Cérebro e Coluna: Seriam Inseparáveis?


A infusão de sangue e derivados é uma prática relativamente constante na neurocirurgia. A grande capilaridade dos vasos sanguíneos já pode ser vista a partir do couro cabeludo. Grandes vasos venosos passam logo abaixo do crânio e as artérias cerebrais contêm ao menos 25% de todo o sangue que sai do coração. Na coluna vertebral, o grande plexo venoso que recobre os ossos e os nervos são sempre fonte constante de sangramentos volumosos.

Com o passar dos anos, as práticas cirúrgicas foram se aprimorando e novas técnicas menos invasivas encurtaram não somente os danos aos tecidos e o tempo cirúrgico, como também a necessidade de infusão de hemocomponentes. Entretanto, qualquer neurocirurgia ou cirurgia de coluna de grande porte requer ao menos a segurança de se ter algumas bolsas de sangue reservadas para o procedimento, para serem usadas em alguma eventualidade.

Alguns pacientes, porém, não podem ou não aceitam a transfusão de sangue e hemoderivados. Muitos cirurgiões não se sentem confortáveis em agendar uma cirurgia nessas condições e, invariavelmente, muitos desses pacientes têm que recorrer a centros especializados ou a profissionais com custo mais elevado para conseguirem realizar suas cirurgias.

Ao contrário do que imagina, as soluções existentes até o momento são bastante seguras e beneficiam não somente esses pacientes quanto a todos que possam fazer uso delas:

  1. Técnicas cirúrgicas minimamente invasivas;

  2. Técnica cirúrgica com controle meticuloso de sangramento, mesmo que isso signifique um tempo maior de procedimento;

  3. Uso de materiais especiais para controle de sangramento: hemostáticos, colas biológicas, etc;

  4. Técnica anestésica correta: priorizando hipotermia, hipotensão, uso de medicamentos que aceleram o controle dos sangramentos, infusão de soluções colóides, oxigenação mais elevada;

  5. Uso de aparelhos especiais para reaproveitamento de sangue do próprio paciente;

  6. Auto-transfusão, com orientação de hemoterapeuta do próprio hemocentro;

  7. Preparo pré-operatório do paciente: correção de anemias, suporte de ferro e vitaminas, nutrição adequada, suspensão de anticoagulantes;

As grandes vantagens dessas medidas são a eliminação do risco de transmissão de doenças infecciosas pelo sangue, das reações transfusionais e da imunomodulação ou poli-imunização.

Portanto, consegue-se separar transfusão de sangue de neurocirurgia ou cirurgia da coluna vertebral. Caso haja necessidade de transfusão, há a opção de ser pelo seu próprio sangue, eliminando-se, assim, riscos relacionados a esse procedimento. Converse com seu médico a respeito, informe-se mais e tome a decisão correta sobre sua saúde!

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